terça-feira, 29 de março de 2011

Somos prisioneiros de nós mesmos...



Feito entre 10h20min e 10h48minh de uma terça-feira num mês de março, depois de 2011 anos da morte de um sonhador.

Continua essa tola confusão na minha cabeça.
Inútil domador de pensamentos.
Correr no sentindo contrário e chegar em segundo.
Essas pegadas são minhas!
Como pude ser tão distraído e não ver que andava em círculos?

As placas pelo caminho não me trazem nada de útil, será exatamente através delas que irá se perder aquele que aceita passivamente que lhe apontem a direção.

Algumas vezes me olham como um monstro de duas cabeças, uma besta devoradora de convenções destinada a derrubar paradigmas. Em outras, como a pedra destinada a acumular limo pelos cantos e ser desgastado pelos passos tropeços de uma civilização imunda.

Vejo adoradores de deuses fúteis e pueris. Esses tolos cavam com as próprias mãos o buraco para depositar seus ossos ao ostracismo.

A prostituta escancara a sua vergonha e pede pra ser possuída.
Inalterada pelo que tem diante dos olhos, insensível pelo que tem sobre o peito e indiferente pelo que está entre as pernas.

A lucidez é insuportável para quem vê. Deixa um gosto amargo, com extremo poder venoso. Um circo dos horrores, onde cada um não sabe o que deve ser feito, então nada se faz.

A passagem é tão curta, apesar de ser recorrente.
Gosto de pensar na viagem como uma travessia de um lugar de extremo frio onde toda a roupa é pouca para impedir o calor de escapar e sua aproximação lenta a terras idílicas, com
clima temperado, onde andar nu satisfaz o desejo do sol, despindo-nos de cascas e subterfúgios.

Sorver lentamente a água lamacenta que brota refrescante da terra ao enterrar meus dedos na areia.

Esse é o gosto da terra, esse é o sentido do corpo.
Sou dois em um, ou muitos outros que ainda não conheço.
Um precisa pisar, comer e não escapa de outras obrigações.
Outro, acompanha o barro e tenta, nem sempre com sucesso, domar suas compulsividades.

Somos prisioneiros de nós mesmos, somos nossa própria lei.
Essa é a verdadeira lei, todas as outras são convenções.



@samambaia_

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