quarta-feira, 31 de março de 2010

morangos maduros.



depois mordeu
morangos
maduros

fazia calor
na dormência
verde do mar

disse a si
ninguém vence
tróia sozinho

mas nada disso
fazia sentido
após as ondas

era possivel
que tudo fosse
apenas mentira

nessa travessia
cada palavra
é um risco

hora brilha
hora escurece

cada passo
cada sonho
um risco

sombra de sonho de vida
pensou mordendo
morangos maduros


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terça-feira, 16 de março de 2010

Besta Mitológica.




Um corpo alienígena, doente neste mundo. Uma mente envenenada pelos ares do medo que exalam os humanos. Um espírito livre, mas habitando um corpo, este quase livre, só preso pelo coração a uma corrente de moral, fixada por seus familiares, verdeiros ou falsos, pois a mentira quando repetida se torna familiar até ao mais bravo dos guerreiros. Olhos prontos para ver a beleza na destruição, uma língua que chama o que há de pior das possíveis manifestações, e delas faz um martelo para desgastar a corrente aqui o prende. Sabe que não conseguirá em vida, mas prepara para subverter a morte. Se o ocidente estiver com a ordem, irá virar esqueleto de demência, e seu pó irá chocar aos demais por eras. Se o oriente estiver com a ordem, estará pronto para transcender, mas não o fará, pois seria assim a prova em alma do Nirvana, e ele não quer provar nada, quer apenas ser ouvido, e que de suas tolas expressões e caretas disfarçadas as pessoas achem a desordem. Não sabe o que quer, por isso pensa que é uma esfinge, com diversas pinturas em suas diversas faces, que estão sempre limpas, pois chora sem saber que chora, pois teme sem saber que teme, pois se engana, sabe disso tudo, mas se engana no delírio de que é superior, sendo que na verdade não passa de um corpo alienígena com garras e dentes pontudos, mil pênis, uma vagina em sua base, um ânus inchado porém selado por ele mesmo, intestino que brinca de correção ao se ofender, pés castigados, boca imoral, veneno ao invés do suor, plantações nos jardins em volta, alucinações inventadas, sentimentos apaixonados, verdades etéreas, um cérebro que teme ser narcisado pela sua existÊncia, a dor de um poeta, a fúria pelo erro, o dualismo, uma grandiosidade fácil de abalar, mas que ao se perder não significa nada, grandiosidade nova existe neste corpo alienígena.

E dança, e canta, e ama, e dorme o sono atrasado. E morre para nascer novamente, diferente, igual aos demais.


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